SÍNTESE DO TRABALHO
APRESENTADO PELO RESPEITÁVEL IRMÃO JAMES MARTIN HALL NA SANTO AMARO LODGE Nº
7250 – G.L.U.I.
De autoria doIrmão:
James Martin Hall – P.A.G.D.C., A.D.G.M.,
Mestre da Loja e irmãos,
O presente trabalho teve como fontes de consulta: Atas da
Grande Loja e das Grandes Lojas Distritais, atas da Quatour Coronati{1}, livros escritos por eminentes
maçons, palestras prestonais{2},
resumos históricos e folhetos. As obras consultadas estão listadas ao fim deste
trabalho.
Observado pelo prisma de sua constituição, na Inglaterra,
Escócia, Irlanda e algumas outras partes do mundo que seguiram a forma
original, a Francomaçonaria{3}
organiza-se em três níveis: as Lojas, as Grandes Lojas Provinciais e a Grande
Loja.
As Lojas são a parte mais importante da pirâmide maçônica,
porque sem elas não existiriam as Grandes Lojas Provinciais, Distritais ou
Grande Loja. E mais: a Primeira Grande Loja foi fundada por quatro Lojas que,
possivelmente, já existiam muito antes de 1717. Mas como e porque aconteceu
esta fundação.
A Loja, então, é o básico, a mais antiga orgnização na
Francomaçonaria, e deve ser lembrado, quando viermos a considerar os poderes e
a autoridade dos Corpos Superiores, que pelos menos até 1717 e provavelmente
por muito tempo depois, nas áreas mais remotas as Lojas eram inteiramente
autogovernadas.
Não se sabe ao certo como eram geridas as Lojas pré-1717,
porque poucos registros escritos existem e só muito tempo depois da fundação da
Primeira Grande Loja e da Grande Loja dos Antigos é que as Atas e outros
registros ficaram disponíveis. Para quem não está familiarizado com o panorama
maçônico inglês dos meados do século XVIII, é bom lembrar que em 1751 houve um
cisma na Francomaçonaria inglesa, no ano em que uma Grande Loja rival, a dos
Antigos, foi fundada. Os antigos chamavam a Primeira Grande Loja pela alcunha
de Modernos e, por mais de sessenta anos, houve duas Grandes Lojas no governo
da Ordem. Afortunadamente, a situação foi retificada em 1813, quando os dois Copros
acertaram suas diferenças e foi formada a Grande Loja Unida da Inglaterra.
Aparentemente, as Lojas dos Antigos eram, pelo menos
superficialmente, mais democráticas, porque todos os seus Oficiais eram
eleitos, uma prática que chegou até nós nos Capítulos do Real Arco. Por outro
lado, nas Lojas sob a Primeira Grande Loja, a indicação dos Oficiais, na
maioria das vezes, ficava nas mãos do Mestre, um procedimento que prevaleceu na
União de 1813.
Antes que uma Loja possa ser formada, os fundadores devem
fazer uma petição ao Grão-Mestre, com a patronagem de uma Loja já pertencente à
jurisdição da Grande Loja e, no caso das Províncias e Distritos, do Grão-Mestre
Provincial ou Distrital.
Isto tornou-se regra porque, há uns duzentos anos atrás, a
Primeira Grande Loja deu Carta Constitutiva a uma Loja sem patronagem alguma,
na cidade de Halifax.
Aconteceu que os fundadores e a maior parte dos irmãos erm
vigaristas e tipos duvidosos, que usaram a Loja para falsificar moedas e para
outros modos ilícitos de fazer dinheiro. Eventualmente eles foram apanhados e
banidos para a Austrália{4}, mas,
desde então, a Grande Loja tem sido muito cautelosa em constituir novas Lojas.
Todas as Lojas devem ter um nome e um número. A obrigação de
que a Loja tenha um número é recente, surpreendetemente, sendo incluída no
Livro das Constituições somente em 1884, embora desde o final do século XVIII a
maioria das Lojas já tivesse adotado nomes. Entretanto, algumas eram conhecidas
pelos nomes de cervejarias[ale-house] e cafeterias[coffee-house] em que se
reuniam, entre as quais mencionarei algumas quando falarmos sobre a fundação da
Grande Loja.
Os nomes escolhidos pelos fundadores deve ser aprovado pelo
Grão-Mestre e, ainda que não exista uma regra estabelecida a respeito, Londres
não parece ser muito inclinada a ter Lojas e Capítulos do Real Arco com nomes
de pessoas. O número da Loja dado por Londres é o próximo disponível na lista.
DIREITOS E PRIVILÉGIOS DO
MESTRE DA LOJA
Metaforicamente, as
responsabilidades de um Mestre da Loja podem ser comparadas às do comandante de
um navio mercante. Na verdade, ele é absolutamnte responsável por tudo.
O Mestre da Loja é o responsável pela instrução dos Oficiais
que lhes são subordinados. Ele deve estar convicto da integridade dos
candidatos potenciais. Deve ser absolutamnte pontual na abertura dos trabalhos
da Loja. Na Inglaterra, espera-se que ele compareça a todas as reuniões
trimestrais da Grande Loja.
Ele deve ter conhecimento profundo do ritual e deve estar
bem familiarizado com o Livro das Constituições, os Estatutos de sua Loja e da
Grande Loja Distrital da qual é membro.
É responsabilidade do Mestre da Loja o envio correto e
imediato das anuidades, das taxas de instalações e taxas devidas à Grande Loja
e a Grande Loja Distrital.
Ele deve garantir que cada maçom iniciado ou filiado receba
uma cópia atualizada do Estatuto da Loja e, quando aplicado, do Livro das
Constituições. Isto não é apenas um costume, mas uma regra estabelecida da
Grande Loja.
O Mestre da Loja deve assegurar que toda votação, para
qualquer propósito, seja conduzida na forma correta. A guarda da Carta
Constitutiva é sua particular responsabilidade e ele deve exibi-la em todas as
reuniões. A Loja não pode reunir-se se a Carta Constitutiva não estiver
presente e, se for perdida ou indevidamente retida, a Loja deve suspender seus
trabalhos até que uma nova carta seja obtida. Pode surpreendê-los saber que a
carta não pertence a Loja, mas ao Grão-Mestre, que a deposita em confiança nas
mãos do Mestre da Loja, podendo retomá-la a qualquer tempo{5}.
Naturalmente, a não ser em condições muito favoráveis, o
Mestre da Loja far-se-á aconselhar por um Secretário experiente, um Tesoureiro
dedicado, um Diretor de Cerimônias exemplar e terá a cooperação e apoio
voluntário dos Past Masters, sempre prontos a ajudá-lo no que estiver ao seu
alcance. Mas a ninguém o Venerével Mestre pode delegar suas responsabilidades.
Como autoridade máxima de sua Loja, deve assegurar seu progresso e bem-estar
contínuo e aqui repito as palavras de sua instalação: “A Honra, Reputação e Utilidade desta Loja materialmente dependerão da
habilidade e da assiduidade com que dirigireis vossas obrigações, enquanto a
felicidade de seus membros será geralmente promovida na proporção do vosso zelo
e da habilidade com que promulgares os genuínos princípios da Instalação”.
OUTROS DIREITOS E
PRIVILÉGIOS DO MESTRE DA LOJA
I - O MDL não pode
continuar no cargo por mais de dois anos sucessivos, a não se por consentimento
especial, ne ser Mestre de mais de uma Loja, a não ser, também, por
consentimento especial.
II – O MDL não pode convocar uma reunião de emergãncia de
sua Loja ou mudar a data de reunião(exceto em certas circunstâncias) sem o
consentimento do Grão-Mestre Distrital ou seu Adjunto. Não pode cancelar
qualquer reunião nem suspender uma sessão. Se quiser interromper uma reunião
para alguma questão delicada possa ser resolvida, tem o recurso de colocar a
Loja em descanso.
III – O MDL tem o direito inquestionável de governar a sua
Loja. Ainda que aceite o conselho do irmão Secretário ou dos Past Masters,
quando julgar que o conselho não deva ser aceito, tem o direito – ou melhor, o
dever – de exercer seu próprio julgamento, lembrando-se de que ninguém cabe
contestar sua autoridade.
IV – O MDL tem direito absoluto de presidir todas as
reuniões da Loja durante seu ano de ofício. Porém, se o Grão-Mestre, o
Grão-Mestre Distrital ou seu representante oficial estiverem presentes, eles
têm o direito de assumir a Cadeira e conduzir a sessão. Não é provável que
aconteça, mas será de costume e cortês de sua parte ceder-lhes o malhete quando
entrarem na Loja. Esse direito de assumir a cadeira não se estende a nenhum
outro Grande Oficial, por mais exaltado que seja.
V – Cabe ao MDL decidir as atividades a serem conduzidas em
uma sessão particular, sendo que nenhum chamado pode ser emitido pelo irmão
Secretário até que tenha sua aprovação{6}.
VI – Em todas as sessões da Loja, a autoridade do MDL é
suprema e inquestionável. No caso de qualquer ilegalidade, os irmãos têm o
recurso de apelar às autoridades superiores.
VII – Quando a Loja vota, no caso de empate, o MDL pode ter
uma segunda votação ou exercer o Voto de Minerva, que não deve ser usado para
forçar pontos particulares.
VIII – O MDL tem o direito de recusar admissão a um irmão
visitante, se achar que a presença dele irá pertubar a hormonia da Loja ou se
ele tiver má reputação.
IX – Uma soisa que o MDL não pode fazer é convidar um irmão
a retirar-se por comportamento indevido ou deselegante. Se um irmão for culpado
de pertubar a harmonia da Loja, pode advertí-lo formalmente. Mas, se ele
persistir em sua conduta irregular, só poderá ser instado a sair se os
presentes se manifestarem pelos voto. Neste caso, havendo empate, não terá
direito ao voto de Minerva.
X – É direito do MDL indicar todos os Oficiais, a execção do
Tesoureiro e Guarda Externo{7}. A
nominata dos Oficiais só o MDL pode traçar. Entretanto, só poderá retirar um
Oficial indicado e investido no cargo se uma reclamação for feita em sessão
regular da Loja e a maioria dos irmãos presentes aprovar a remoção.
XI – O MDL tem o direito, tradicionalmente establecido, de
instalar seu sucessor e é de fato seu dever fazê-lo, de modo a consumar o
mandato.
XII – O MDL jamais passará seu colar, caso vague a Cadeira
temporariamente em favor de um Past Master. Entretanto, o substituto provisório
deve estar adequadamente paramentado, de acordo com seu posto.
XIII – Quando visitar outra Loja, durante seu mandato, um
MDL não deve usar seu colar de MDL, porém deve usá-lo ao comparecer às reuniões
da Grande Loja Distrital.
Aquela relação dos diferentes direitos e privilégios do
Mestre da Loja de alguma forma esgota o assunto, mas dá, no mínimo, uma idéia
geral da posição do Mestre da Loja com relação aos seus deveres e mostra que
ser Instalado na Cadeira do rei Salomão não é nehuma sinecura.
As indicações para os cargos é prerrogativa inquestionável
do Mestre da Loja e que nenhum irmão tem o direito de reclamar para si o
direito à ascensão na carreira da Loja. Indicações e promoções devem ser feitas
somente baseadas no mérito e na assiduidade, o qeu também se aplica às Grandes
Lojas Distritais e à própria Grande Loja Unida da Inglaterra.
No trecho da alocução aos irmãos, conforme está na Cerimônia
de Instalação: “ Do mesmo modo que, por necessidade, a uns cabe governar e
ensinar, a outros cabe naturalmente aprender e obedecer”. Se o maçom tiver a
disposição de aprender e obedecer, seguramente logo alcançará o estágio em que
terá o “direito de governar e ensinar”.
A única jóia não simbólica que se permite usar numa Loja
Simbólica é a medalha do Arco Real{9}.
Numa Loja Simbólica não é permitido usar qualquer Grau lateral como Mark
Master(Mestre de Marca), Royal Ark Marine(Nautas da Arca Real{10}, Knight Templar(Cavaleiro
Templário) etc.
AS GRANDES LOJAS PROVINCIAIS
E DISTRITAIS
As Lojas na área de
Londres são controladas diretamente da Great Queen Street{11}, porque Londres não é uma Província. O restante das Lojas da
Inglaterra e do País de Gales são grupadas em Províncias.
As Lojas jurisdicionadas à Grande Loja Unida da Inglaterra
fora do Reino Unido são grupadas em Distritos, exceto as dezoito que estão sob
Grandes Inspetores e outras onze que se reportasm diretamente a Londres.
As Lojas inglesas se reúnem menos frequentemente do que aqui
no Brasil.
Em cada Província há um Grão-Mestre Provincial e seu Adjunto
- Grão-Mestre Provincial Deputado( Deputy Privintial Grand Master) e 13 Grão
Mestres Assistentes.
Na Inglaterra existem 47 Províncias. A Maior delas é de West
Lancashire, que controla 535 Lojas.
Uma Província um pouco diferente é a de Bristol, com 34
Lojas. Bristol é uma cidade e não um Condado. No entanto, as Lojas de Bristol
são grupadas como uma Província porque praticam um ritual e um cerimonial muito
diferente de tudo mais que se pratica na Inglaterra, conhecido como Bristol
Working(Trabalhos de Bristol).
Na Anchor Lodge nº 6052, na Província de Bristol, O Mestre
da Loja usa um chapéu de abas levantadas(como os antigos chepéus da marinha
inglesa, cocked hats). Bristol é uma cidade essencialmente marítima, de onde os
navios a vela só podiam largar das docas na maré alta. O costume parece ter
surgido com um Mestre da Loja, capitão de longo curso, que chegou para a
reunião completamente uniformizado, de chapéu e tudo. Ele só se lembrou de
tirar o chapéu na hora da prece. Ao final da reunião, recolocou o chapéu e
retornou ao seu navio para zarpar, aproveitando a maré alta.
Fora da Inglaterra, há 36 Distritos, dos qual o maior é o
Tranvaal com 125 Lojas, a maior parte delas em Joanesburgo, África do Sul. O
menor é a Nigéria - Divisão Norte, com apenas 5 Lojas, o que quer dizer que
nós[aqui no Brasil] não somos os
lanterninhas.
O Grão-Mestre Provincial ou Distrital é indicado pelo
Grão-Mestre, como todos os Grandes Oficiais, à exceção do Grande Tesoureiro. Ele
tem sua posição hierárquica bem definida.
Hierarquicamente os Grão-Mestres Provinciais e Distritais
estão abaixo do Grand Master(Grão-Mestre), o Pro Grand Master(Grão-Mestre por
Procuração), o Deputy Grande Master(Grão-Mestre Deputado) e o Assistant Grand
Master(Grão-Mestre Assistente).
Tão logo é instalado, o Grão-Mestre Distrital assume total
controle. Ele irá apontar os Grandes Oficiais Distritais e confirmará sua
aprovação dos Estatutos do Distrito. Daí em diante, ele estará em posição de
grande poder e responsabilidade. Dele emana as indicações para os Grandes
Oficiais Distritais e a recomendação de membros do Distrito para a elevação aos
Altos Postos gerais. Ele exerece enorme poder de disciplina maçônica, ainda que
sujeito aos direitos de recurso de sua decisão à Grande Loja. Seu poder,
entretanto, baseia-se na base da auctoritas, o que significa que, por
depositarem nele sua confiança, seus irmãos farão o que achar ser sua vontade,
seguirão sua liderança e sua orientação como se esta tivesse força
constitucional{12}.
Em alguns Distritos e Províncias, os Oficiais são nomeados
por um ano, apenas, enquanto em outros, como no Brasil por exempo, são
semi-permanentes. Nestes, no Grão-Mestre Deputado e nos Grão-Mestres
Assistentes, precisamente, é que o Grão-Mestre Distral apoia-se na direção do
dia-a-dia do Distrito.
Os maçons que compõem a Grande Loja Provincial ou Distrital
não são, no estrito senso, representantes ou delegados de suas Lojas. O maçom
comum lá é como um visitante, sem direito a voz e voto nos trabalhos. Por isso
uma Grande Loja Provincial ou Distrital dificilmente pode ser considedrada uma
organização democrática, uma vez que consite de talvez apenas uma quarta
parte(isto é, Mestre da Loja, Past Master e Vigilantes) daqueles a quem taxa e
sobre os quais legisla. Enquanto isso os outros três quartos podem apenas
vagamente dizer-se representados por eles, uma vez que, na grande maioria não
foi escolha sua.
FUNÇÃO DE UMA GRANDE LOJA
DISTRITAL
A Grande Loja
Distrital decide sobre taxas e estatutos.Não pode estabelecer novas Lojas nem
desativar uma existente. Ela não tem poder absoluto ou indiscriminado – O Livro
das Constituições controla cuidadosamente suas atividades.
Há muito pouca diferença entre uma Grande Loja Provincial e
um Distrital.
A Grande Loja Distrital existe desde o anode 1865, quando as
comunicações eram vagarosas e pouco confiáveis.
Uma Grande Loja Distrital se reúne anualmente, sendo o
cerimonial baseado no da Investidura Anual e das Comunicações Trimestrais da
Grande Loja. O cortejo de entrada, o ritual de abertura e fechamento e
apresentação dos relatórios acontecem em ambos os níveis. Só a Grande Loja
Provincial pode aprovar emendas em seus estatutos(by-laws), incluindo
emolumentos.
MAÇOM BRASILEIRO -
GRÃO-MESTRE PROVINCIAL
O brasileiro José
Hipólito da Costa Pereira Furtado de Mendonça foi nomeado Grão-Mestre
Provincial na Inglaterra em 1813. José Hipóiyto da Costa nasceu em 1774, na
Colônia de sacramento, uma cidade do Rio da Prata, hoje Uruguai, mas na época
território brasileiro. Ele era advogado, filosófo, naturalista e um
Franco-maçom entusiasta, tendo sido iniciado em uma Loja na Filadélfia, Estados
Unidos da América do Norte.
Através de suas ligações com Londres foi arrumando um
Tratado de Amizade com as Lojas de Portugal, muito bem aceito pela Grande Loja
Unida da Inglaterra.
Ele foi Grão-Mestre Provincial do Condado de Rutland.
Além de Grão-Mestre Provincial ele era membro do Conselho de
Assuntos Gerais e Presidente do Conselho de Finanças. Além disso Hipólito
ocupou altos postos no Supremo Grande Capítulo e nos Cavaleiros Templários. Ele
foi sem sombra de dúvidas, um homem admirável, recebendo da Grande Loja uma
mensagem em pergaminho com iluminuras. Morreu em Londres, em 1823.
DESTITUIÇÃO DE GRÃO-MESTRES
Durante toda a longa
história da Francomaçonaria inglesa, somente três Grão-Mestres Provinciais
foram destituídos do cargo pelo Grão-Mestre.
O primeiro foi o irmão George Smith, Grão-Mestre Provincial
de Kent, que foi suspenso em 1785,.
O segudno foi o irmão Francis Astley, Grão-Mestre Provincial
de Lancashire, que foi suspenso em 1823 pelo Duque de Kent por negligência e
displicênciaa na direção da Província.
O terceiro, e mais interessante, foi o irmão William Tucker,
Grão-Mestre Provincial de Dorset, em 1854, pelo Conde de Zetland. Desde o
momento de sua instalação como Grão-Mestre Provincial, o irmão Tucker estava
cristianizando a ritualística na sua Província e dando preeminência ao Supremo
Conselho e aos Altos Graus, que não eram então reconhecidos pela Grande Loja
Unida da Inglaterra. Sua destituição foi causada por ele ter comparecido a uma
reunião de sua Grande Loja Provincial com a indumentária do Soberano Graande
Inspetor Geral do Grau 33.
Ele foi iniciado aos 27 anos, Mestre da Loja aos 29 e
Grão-Mestre aos 31 anos. Ele não viveu muito tempo de sua destituição.
CRIAÇÃO DA PRIMEIRA GRANDE
LOJA
Há ampla evidência de
que Lojas não operativas trabalhavam na Inglaterraa durante o século XVII, mas
eram autogovernadas, sem qualquer autoridade maior que as suprvisionassem.
Em 1717, quatro Lojas, que não tinham nomes mas eram
identificdas pelos nomes das tavernas ou cervejarias em que se reuniam,
encontram-se informalmente na taverna Crown(Coroa), em Convet Garden. Nas
palavras de James Anderson, “acharam por bem unir-se sob um Grão-Mestre, como o
Centro de Unnião e Harmonia”.
As quatro Lojas envolvidas nesta decisão foram:
I – A Loja que se reunia na taverna Goose & Gridon(Ganso
e Grelha), na praçaa da catedral de São Paulo;
II – A que se reunia na taverna Crown(Coroa), em Perkers
Lane;
III – A da taverna Apple Tree(Macieira), da Charles Street;
IV – A da taverna Rummer & Grapes(Copázio e Uvas), em
Cannel Row, Westminster.
Em consequência, no dia 24 de junho de 1717, eleas se
reunirm na taaverna Goose & Gridiron e fundarm uma Grande Loja, elegendo o
mais antigo Mestre presente, o irmão Anthony Sayer, como o primeiro
Grão-Mestre, sendo aquela reunião considerada o primeiro Festival da Grande
Loja{13}.
Daquelas quatro Lojas, três ainda existem:
I – A Loja da taverna Goose & Gridiron. E hoje é
conhecida como Lodge of Antiquity nº 2;
II – A Loja da taverna Apple Tree. É conhecida hoje como a
Lodge of Fortitude & Old Cumberland nº 12;
III – A Loja da taverna Rummer & Grapes é agora
conhecida como Royal Somerset House & Inverness Lodge nº 4.
Estas são as Lojas de tempos Imemoriais e, como tal,
trabalham sem Cartas Constitutivas. Outro privilégio de que desfrutam é que
seus membros usam um colar decordo com uma faixa azul jarreteira no centro.
POR QUE FOI FUNDADA A PRIMEIRA GRANDE LOJA
James Anderson nos conta que as quatro Lojas “resolveram
manter uma reunião trimestral(Quartely Communication) e uma Assembléia Anual e
Festa”, mas não há indicios de que o objetivo da Grande Loja tenda sido o de
agir como corpo superior, que controlasse as Lojas, tanto atuais como futuras.
Pensa-se, de modo geral, que a razão imediata par su criação foi meramente para
organizar o festival e o jantar dos Francomaçons que, naqueles tempos,
provavelmente consistir-se-ia bem nuns queinze pratos diferentes e durava
horas.
Esta teoria origina-se do fato de que não há atas das
reuniões trimestrais nos seis primeiros anos de existência da Grande Loja, não
havendo assim registro oficial do que ocorreu então.
Andersom, um clérigo escocês, compilou o primeiro e o
segundo Livro das Constituições, ambos contendo uma história da
Francomaçonaria. Somente em 1723 é que aparecem as primeiras atas da Grande
Loja. Neste mesmo ano o primeiro Livro das Constituições foi publicado.
Acredita-se que, durante esses seis anos, a Grande Loja
tornou-se autoconsciente e começou a assumir o papel de um organismo central
para as Lojas de Londres – e a desenvolver a organização que torna-se-ia a
Grande Loja do mundo.
O PACTO DE UNIÃO
Para se consumar a
União entre as duas Grandes Lojas Rivais até então existentes, a dos Modernos e
a dos Antigos, foi criada uma Comissão Especial para alcançar tal objetivo.
Para facilitar no período de transição, os Antigos elegeram como seu
Grão-Mestre Sua Alteza Real, o irmão Duque de Kent, que viria a ser o pai da
rainha Vitória. Por seu lado, os Modernos elegeram Sua Alteza Real, o Duque de
Sussex. Eles eram irmãos de sangue, sendo, sendo respectivamente, o quarto e o
sexto filhos do rei George III{14}.
Na união, o Duque de Sussex foi eleito o primeiro
Grão-Mestre da Grande Loja Unida da Inglaterra.
DIREÇÃO DA GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA
A Grande Loja Unida da Inglaterra é presidida pelo
Grão-Mestre, um cargo eletivo anual. Uma vez eleito um Grão-Mestre é empossado
de imediato, sem precisar esperar por uma cerimônia de instalação, como no caso
de um Grão-Mestre Distrital ou Pronvincial.
De acordo com uma lei não escrita, o Grão-Mestre é reeleito,
ano após ano, até que renuncie ou passe à Grande Loja Eterna. Não acontece
apresentação de chapas com candidaturas anuais. Portanto, não há campanhas
eleitorais.
Os poderes e prerrogativas do Grão-Mestre não estão
definidos em lugar algum{15}.
Ele tem poderes para tranformaar uma determinada área em uma
Província, Distrito ou Inspetoria.
Cartas Constitutivas para novas Lojas são emitidas por ele e
permanecem propriedades sua.
Cartas Provisórias são emitidas em seu nome e somente ele
pode aprovar o desenho e o uso de jóias, emblemas e estandartes de Lojas.
Além dos Grandes Oficiais, cabe a ele indicar, como representantes,
irmãos de outras Potências, com as quais a Grande Loja Unida da Inglaterra
tenha relações de amizade.
Ele conta com o auxílio do Conselho do Grão-Mestre, cuja
utilidade é a inda maior quando se leva em consideração que seus membros e suas
reuniões não são regidas por regras ou estatutos. O Conselho é composto pelos
dignatários maiores da Grande Loja, alguns Grão-Mestres Provinciais,
experientes nos assuntos da Maçonaria inglesa no exterior e ainda por irmãos
com conhecimento profundo de filantropia maçônica.
Uma demonstração da estima que a Ordem tem pelo Grão-Mestre
é que não há qualquer regulamento, detalhado ou específico, que estabeleça
regras sobre abuso de poder ou má conduta que poderia fazer necessário sua
renúncia. Este aspecto é muito adequadamente previsto na Regra 15, que
prescreve: “Caso o Grão-Mestre abuse de seu poder ou torne-se indigno de ser
obedecido pelas Lojas, ele estará sujeito a uma nova regulamentação ditada pela
ocasião, porque, até então, a Antiga Fraternidade não teve razões para prever
um evento que se presume nunca venha acontecer. Estas palavras incomuns deixam
entrever uma ameaça implícita, ainda que em uma luva de pelica, talvez não mais
necessária.
Quando um Grão-Mestre é um príncipe de sangue real, um Pro
Grand Master(Grão-Mestre por Procuração) é sempre nomeado.
O Deputy Grand Master(Deputado do Grão-Mestre) e o Assistant
Grand Master(Grão-Mestre Assistente) são nomeados pelo Grão-Mestre e
considerados como seus conselheiros principais.
NOTAS EXPLICATIVAS:
{1} – Por
extenso, Quatuor Coronati Lodge nº 2076, a primeira e mais importante das Lojas
de Pesquisas Maçônicas do Mundo.
{2} – William
Preston, um maçom entusiasta, deixou 300 libras ao morrer, uma boa soma em
1818, para que o sistema de educação maçônica que ajudara a desenvolver pudesse
prosseguir. As Prestonian Lectures, como ficaram conhecidas desde então, são
ministradas anualmente. Começaram em 1820. De lá pra cá, constituem-se num dos
mais importantes eventos maçônicos. Ser o palestrante de uma Prestonian Lecture
é uma das maiores honrarias concedidas a um estudioso maçônico.
{3} –
franco-maçonaria e Francomaçons[Freemasonry e Freemasons] são termos mais vagos
e aplicados também ao período operativo.
{4} – Criminosos
comuns e devedores inadimplentes eram normalmente deportados para as colônias
inglesas. Os primeiros colonos europeus na Austrália eram soldados e
deportados.
{5} – O relatado
é sobre os usos e costumes da Grande Loja Unida da Inglaterra, é claro.
{6} – O chamado
ou chamamento, usualmente um cartão manuscrito, é uma prática maçônica
tradicional.
{7} –
Diferentemente do Rito Escocês Antigo e Aceito, muitos mais conhecido no
Brasil, onde todos os Oficiais são eleitos, o Rito Emulação(que é apelidado de
York, na América Latina) somente elege o Mestre da Loja, o Tesoureiro e o
Guarda Externo(responsável pelo patrimônio da Loja).
{8} – Na
Inglaterra, o Real Arco(Royal Arch) é considerado um Grau lateral. Foi a
solução encontrada para harmonizar a posição das duas Grandes Lojas, a dos
Antigos e a dos Modernos, quando da reunião em 1813. O Grau de Mark Master
corresponde mais ou menos ao Mestre de Marca no Brasil.
{9} – O sistema
inglês difere do sistema americano. No sistema inglês, o Royal Arch(Arco Real)
é um Grau lateral e subordinado a uma Obediência Simbólica. Esta peculiaridade
foi resultado da União, em 1813 das duas Grandes Lojas então existentes, a dos
Modernos(de 17171) e a dos Antigos(de 1751). Diz Art. 2º do Pacto de União
entre as duas Grandes Lojas que: “está declarado e proclamado que a pura
Maçonaria Antiga consiste de três graus, e nenhum mais, quer dizer, AM CM e MM,
que era o que pregava a Grande Loja dos Modernos. Como a Grande Loja dos
Antigos e a maioria dos irmãos de ambas as Obediâncias não abriram mão do Arco
Real, a solução foi transformá-lo num Grau lateral dentro da Grande Loja Unida
da Inglaterra, salvando-se assim as aparências. Mas há uma forte corrente na
Inglaterra querendo transformar o Arco Real em Maçonaria Capitular.
Nos Estados Unidos, onde tal problema não aconteceu, o Real
Arco é Maçonaria Capitular desde 1797, pelo menos, quando foi organizado em sua
forma final por Thomas Smith Webb.
Lá está dentro do Ritode York.
No Brasil, aparentemente, os irmãos ligados à jurisdição
inglesa utilizam Arco Real. Já os
irmãos ligados ao Rito de York americano preferem Real Arco.
{10} – Há um
artigo publicado na revista A Trolha, e bem como no livro intitulado “O Suposto
Rito de York” de responsabiliadde do irmão Joaquim da Silva Pires em que
esclarece, de forma límpida e erudita, a confusão quanto ao termo Rito de York.
{11} – Grat Queen
Street , a rua onde fica o Freemasons`Hall, a sede da Grande Loja Unida da
Inglaterra.
{12} – O contexto
inglês é muito diferente do Brasil. A Inglaterra não tem Constituição escrita.
A legislação da Inglaterra baseia-se nos Usos e Costumes, nos precedentes e no
bom senso. Voltaire estabeleceu bem a difrença entre ingleses e francesas(ou
latinos): “Os franceses respeitam as autoridades e não ligam para as leis; os
ingleses respeitam as leis e não dão a mínima para as autoridades”. De modo
geral quem assume o poder na Inglaterra tem que saber muito bem suas
responsabilidades e deveres. Os cargos carregam honrarias e prerrogativas, é
verdade, mas até para lembrar o peso da tradição no seu desempenho. Não são
para massagear o ego ou para auferir vantagens pessoais.
{13} – O Grau de
Mestre só foi criado em 1725 e adotado pela Grande Loja de Londres a partir do
ano de 1738.
{14} – A Grande
Loja dos Modernos(a Primeira Grande Loja), foi fundada em 24 de junho de 1717,
e a Grande Loja dos Antigos, fundada em 1751, em Londres, por maçons
irlandeses. Estas duas Grandes Lojas se hostilizaram por sessenta anos, até a
União de 1813.
{15} – É uma
questão cultural. A lei é obedecida mesmo que não seja escrita – O Reino Unido
não tem Constituição Escrita.
FONTES DE CONSULTA:
Péroloas Maçônicas – Gilson da Silveira Pinto;
Revista a Trolha – Editora A Trolha;
O Suposto Rito de York – Joaquim da Silva Pires.
O Mestre Maçom – Assis Carvalho{Chico Trolha}
Revista Engenho & Arte nº 02, 04, 05 e 06 – Editora
Infinity;