A Iniciação Real
Irmão José Inácio da Silva Filho
Pesquisa Ir.: Jaime Balbino de Oliveira
A Maçonaria adquiriu o seu aspecto iniciático a partir do século XVIII. A singela
recepção das Lojas operativas foi transformando-se, o ritual foi enriquecendo-se e
complicando-se a Liturgia, durante todo o século XIX, até chegar à Iniciação Maçônica
atual com o seu brilhante cortejo simbólico.
Na verdade, o que a Ordem Maçônica pretende, através da Iniciação, é dar ao iniciado
uma responsabilidade maior não somente como ser humano com vida espiritual, mas
também como homem e cidadão. E isto os antigos o faziam por meio de ritos
iniciáticos. Os iniciados eram submetidos a exercícios mentais e intelectuais e, pela
meditação e a concentração, eram conduzidos paulatinamente ao despertar de uma
vida interior intensa e, assim, a uma compreensão melhor da vida.
Diz ARYAN, na introdução ao Livro "La Masoneria Oculta Y la Iniciacion Hermética", de
J. M. Ragon, que "os ritos não teriam nenhuma utilidade se os seus ensinamentos
caíssem como água numa ânfora quebrada. O seu objetivo consiste em relembrar ao
iniciado que deve dar cada vez mais predomínio à vida interior do que à atração dos
sentidos. A promessa do Maçom de ser bom cidadão, de praticar a fraternidade não
quer dizer outra coisa. Diodoro da Sicília dizia que "aqueles que participavam dos
Mistérios tornavam-se mais justos, mais piedosos e melhores em tudo". Por isto, o
primeiro passo da vida iniciática é a entrada em câmara ou cripta onde hão de morrer
as paixões, para que o aspirante possa ser admitido no reino da Luz. Como dizia, faz
séculos, Plutarco: "Morrer é ser iniciado".
Há duas espécies de iniciação: a REAL e a SIMBÓLICA. A primeira, segundo escreve
A. Gédalge no "Dicionário Rhea", é o resultado de um processo acelerado de evolução
que leva o Iniciado a realizar em si mesmo o que o homem atual deverá ser num futuro
que não pode ser calculado. A segunda é apenas a imagem da iniciação real.
Referindo-se à Iniciação Simbólica, o Manual de Instrução do primeiro grau da Grande
Loja de França, citado por PAUL NAUDON em "La Franc-Maçonnerie et le Divin",
assim se expressa: "Os ritos iniciáticos não têm nenhum valor sacramental. O profano
que foi recebido Maçom, de acordo com as formas tradicionais, não adquiriu só por
este fato as qualidades que distinguem o pensador esclarecido do homem ininteligente
e grosseiro. O cerimonial de recepção tem valor unicamente como encenação de um
programa que importa ao Neófito seguir, para entrar na posse de todas as suas
faculdades."
Pela iniciação simbólica, segundo o sentido etimológico dado por JULES BOUCHER,
no livro "Simbólica Maçônica", o "iniciado" é aquele que foi "colocado no caminho".
PAUL NAUDON, em "La Franc-Maçonnerie", referindo-se à iniciação simbólica, assim
escreve:
"O objetivo da iniciação formal é conduzir o indivíduo ao Conhecimento por uma
iluminação interna. É a razão pela qual a Maçonaria usa símbolos para provocar esta
iluminação por aproximação analógica.
"Vemos assim que "os verdadeiros segredos da Maçonaria são aqueles que não se
dizem ao adepto e que ele deve aprender a conhecer pouco a pouco soletrando os
símbolos". Não existe nisto nenhum incitamento à pura contemplação interior, à êxtase,
ao misticismo...
"Cabe ao neófito descobrir o segredo. "Dentro da noite das nossas consciências, há
uma centelha que nos basta atiçar para transformá-la em luz esplêndida. A busca desta
Luz é a Iniciação".
"Nesta marcha ascensional em direção à Luz, onde a via intuitiva parece primordial é
evidente que a razão não pode ser afastada. Em todos os ritos, a Maçonaria invoca
sem cessar. É a lição dos símbolos, entre outras a do compasso, que se aplica
particularmente ao Volume da Lei Sagrada, símbolo da mais alta espiritualidade, à qual
aspira o Maçom."
Estas idéias e pensamentos têm o objetivo fraterno e leal de incutir nos recém iniciados
o verdadeiro espírito maçônico; de faze-los ver da responsabilidade assumida perante
a família dos Irmãos conhecidos e desconhecidos espalhados pelo orbe da terra.
Que todos nós, indistintamente, aprendamos a conhecer o espírito maçônico
afastando-nos da falsa ciência e do sectarismo, combatendo e esclarecendo todo
cérebro denegrido pelo obscurantismo para que possamos nos tornar dignos de ser
uma destas Luzes ocultas que iluminam a humanidade.
Os verdadeiros sinais porque se reconhece o Maçom não são outros senão os atos da
vida real, já nos ensinava o Irmão Oswald Wirth. O Maçom há que agir eqüitativamente
como homem que cuida de se comportar para com outrem como deseja que se
proceda a seu respeito. O Maçom distingue-se dos profanos pela sua maneira de viver;
se não viver melhor que a massa frívola ou devassa, a sua pretensa iniciação na arte
de viver revela-se fictícia, a despeito das belas atitudes que finge.
Esforcemo-nos para que sejamos reconhecidos não pelo toque, pelo sinal ou pela
palavra, mas por nossas ações no âmbito maçônico, social e profissional. "Sejamos
homens de elite, sábios ou pensadores, erguidos acima da massa que não pensa",
porque somente desse modo é que poderemos alcançar a iniciação real.
recepção das Lojas operativas foi transformando-se, o ritual foi enriquecendo-se e
complicando-se a Liturgia, durante todo o século XIX, até chegar à Iniciação Maçônica
atual com o seu brilhante cortejo simbólico.
Na verdade, o que a Ordem Maçônica pretende, através da Iniciação, é dar ao iniciado
uma responsabilidade maior não somente como ser humano com vida espiritual, mas
também como homem e cidadão. E isto os antigos o faziam por meio de ritos
iniciáticos. Os iniciados eram submetidos a exercícios mentais e intelectuais e, pela
meditação e a concentração, eram conduzidos paulatinamente ao despertar de uma
vida interior intensa e, assim, a uma compreensão melhor da vida.
Diz ARYAN, na introdução ao Livro "La Masoneria Oculta Y la Iniciacion Hermética", de
J. M. Ragon, que "os ritos não teriam nenhuma utilidade se os seus ensinamentos
caíssem como água numa ânfora quebrada. O seu objetivo consiste em relembrar ao
iniciado que deve dar cada vez mais predomínio à vida interior do que à atração dos
sentidos. A promessa do Maçom de ser bom cidadão, de praticar a fraternidade não
quer dizer outra coisa. Diodoro da Sicília dizia que "aqueles que participavam dos
Mistérios tornavam-se mais justos, mais piedosos e melhores em tudo". Por isto, o
primeiro passo da vida iniciática é a entrada em câmara ou cripta onde hão de morrer
as paixões, para que o aspirante possa ser admitido no reino da Luz. Como dizia, faz
séculos, Plutarco: "Morrer é ser iniciado".
Há duas espécies de iniciação: a REAL e a SIMBÓLICA. A primeira, segundo escreve
A. Gédalge no "Dicionário Rhea", é o resultado de um processo acelerado de evolução
que leva o Iniciado a realizar em si mesmo o que o homem atual deverá ser num futuro
que não pode ser calculado. A segunda é apenas a imagem da iniciação real.
Referindo-se à Iniciação Simbólica, o Manual de Instrução do primeiro grau da Grande
Loja de França, citado por PAUL NAUDON em "La Franc-Maçonnerie et le Divin",
assim se expressa: "Os ritos iniciáticos não têm nenhum valor sacramental. O profano
que foi recebido Maçom, de acordo com as formas tradicionais, não adquiriu só por
este fato as qualidades que distinguem o pensador esclarecido do homem ininteligente
e grosseiro. O cerimonial de recepção tem valor unicamente como encenação de um
programa que importa ao Neófito seguir, para entrar na posse de todas as suas
faculdades."
Pela iniciação simbólica, segundo o sentido etimológico dado por JULES BOUCHER,
no livro "Simbólica Maçônica", o "iniciado" é aquele que foi "colocado no caminho".
PAUL NAUDON, em "La Franc-Maçonnerie", referindo-se à iniciação simbólica, assim
escreve:
"O objetivo da iniciação formal é conduzir o indivíduo ao Conhecimento por uma
iluminação interna. É a razão pela qual a Maçonaria usa símbolos para provocar esta
iluminação por aproximação analógica.
"Vemos assim que "os verdadeiros segredos da Maçonaria são aqueles que não se
dizem ao adepto e que ele deve aprender a conhecer pouco a pouco soletrando os
símbolos". Não existe nisto nenhum incitamento à pura contemplação interior, à êxtase,
ao misticismo...
"Cabe ao neófito descobrir o segredo. "Dentro da noite das nossas consciências, há
uma centelha que nos basta atiçar para transformá-la em luz esplêndida. A busca desta
Luz é a Iniciação".
"Nesta marcha ascensional em direção à Luz, onde a via intuitiva parece primordial é
evidente que a razão não pode ser afastada. Em todos os ritos, a Maçonaria invoca
sem cessar. É a lição dos símbolos, entre outras a do compasso, que se aplica
particularmente ao Volume da Lei Sagrada, símbolo da mais alta espiritualidade, à qual
aspira o Maçom."
Estas idéias e pensamentos têm o objetivo fraterno e leal de incutir nos recém iniciados
o verdadeiro espírito maçônico; de faze-los ver da responsabilidade assumida perante
a família dos Irmãos conhecidos e desconhecidos espalhados pelo orbe da terra.
Que todos nós, indistintamente, aprendamos a conhecer o espírito maçônico
afastando-nos da falsa ciência e do sectarismo, combatendo e esclarecendo todo
cérebro denegrido pelo obscurantismo para que possamos nos tornar dignos de ser
uma destas Luzes ocultas que iluminam a humanidade.
Os verdadeiros sinais porque se reconhece o Maçom não são outros senão os atos da
vida real, já nos ensinava o Irmão Oswald Wirth. O Maçom há que agir eqüitativamente
como homem que cuida de se comportar para com outrem como deseja que se
proceda a seu respeito. O Maçom distingue-se dos profanos pela sua maneira de viver;
se não viver melhor que a massa frívola ou devassa, a sua pretensa iniciação na arte
de viver revela-se fictícia, a despeito das belas atitudes que finge.
Esforcemo-nos para que sejamos reconhecidos não pelo toque, pelo sinal ou pela
palavra, mas por nossas ações no âmbito maçônico, social e profissional. "Sejamos
homens de elite, sábios ou pensadores, erguidos acima da massa que não pensa",
porque somente desse modo é que poderemos alcançar a iniciação real.